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Após denunciar flexbilização no sistema prisional Vilma Batista é "decretada" por facção do RN

Atualizado: 18 de mai.

Vilma Batista Presidente licenciada do Sindicato dos Policiais Penais do RN, participou nesta quinta-feira (16), de episódio especial do A Voz de Parnamirim Podcast.

O sistema carcerário do Rio Grande do Norte enfrenta uma crise profunda, com graves problemas de gestão e segurança. Vilma Batista, presidente licenciada do Sindicato dos Policiais Penais, expõe a realidade preocupante desse cenário.


Após a fuga de presos da Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, no final de abril, as fragilidades do sistema prisional ficaram evidentes. Vilma relata que, mesmo com vários relatos e incidentes conhecidos pela Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), não houve o reforço necessário no efetivo de segurança e nas medidas preventivas.


Atualmente, das 17 unidades prisionais do estado, todas as guaritas estão desativadas, e com cerca de 13 mil presos, o número de agentes penitenciários é insuficiente para garantir a vigilância e o controle adequado do sistema. Essa situação coloca em risco a segurança dos próprios presos e dos profissionais que atuam no sistema.



A Flexibilização das Medidas de Segurança e o Empoderamento da Criminalidade


Vilma denunciou que a atual gestão da SEAP vem adotando uma política de flexibilização dos procedimentos de segurança, o que tem dado mais poder às organizações criminosas dentro das unidades prisionais.


Segundo ela, os presos têm cobrado a retomada de regalias, como visita íntima, televisões e feiras nas celas, que foram retiradas devido aos esforços de Vilma e dos policiais penais para manter a ordem e o controle do sistema.


Essa flexibilização, aliada à omissão do governo, tem empoderado ainda mais as facções criminosas, que agora impõem seu "poder paralelo" dentro das prisões. Vilma relata que os presos chegam a cobrar a existência de um suposto "acordo" feito entre o secretário de Administração Penitenciária e lideranças criminosas, o que ela considera inaceitável.


Ameaças de Morte e a Luta Incansável de Vilma Batista


Devido às suas denúncias e à sua postura firme contra a flexibilização do sistema prisional, Vilma Batista tem sido alvo de ameaças de morte por parte de facções criminosas no estado. Ela relata que chegou a ser informada sobre um plano de execução contra sua vida e a de outros agentes penitenciários.


Apesar das ameaças, Vilma se mantém determinada e corajosa em sua luta pela segurança pública. Ela afirma que não tem medo das organizações criminosas, mas apenas dos "castigos de Deus", e que continuará firme em sua posição, juntamente com os demais profissionais de segurança.


A Omissão do Governo e a Necessidade de Ação Urgente


Vilma critica duramente a negligência do secretário de Administração Penitenciária, Edil Xavier, e da própria governadora do estado, Fátima Bezerra, diante da situação caótica do sistema prisional.


Ela relata que, mesmo ciente dos planos de ataques e execuções, a SEAP não tomou as devidas providências para resguardar a vida de Vilma e de outros agentes. Além disso, a governadora não se manifestou em solidariedade a Vilma, uma mulher que luta em defesa da segurança pública.


Vilma clama por uma nova gestão à frente da SEAP, que tenha competência e coragem para impor as regras necessárias e reforçar o efetivo de policiais penais. Ela também destaca a importância da atuação do Poder Legislativo e do Poder Judiciário para cobrar responsabilidades e soluções efetivas.


A Necessidade de Investimento e Valorização dos Profissionais de Segurança


Vilma aponta que o governo do estado precisa investir na contratação de novos agentes penitenciários, com a realização de concursos públicos. Atualmente, a previsão é de apenas 200 novos agentes até 2025 ou 2026, o que é insuficiente diante da grave situação do sistema prisional.


Além disso, ela relata que os agentes que já atuam no sistema vêm sendo perseguidos e coagidos pela atual gestão da SEAP, o que prejudica ainda mais o trabalho de manutenção da ordem e da segurança.


Vilma defende que é necessário valorizar e dar autonomia aos profissionais de segurança, para que possam desempenhar suas funções de forma eficiente e proteger tanto a população carcerária quanto a sociedade como um todo.


Conclusão


O relato corajoso de Vilma Batista evidencia a grave crise que assola o sistema prisional do Rio Grande do Norte. Diante da negligência e omissão do governo, a luta de Vilma e dos demais profissionais de segurança se torna fundamental para tentar conter o avanço da criminalidade e preservar a segurança pública no estado.


É urgente que o governo tome medidas efetivas, como a contratação de novos agentes penitenciários, o reforço das medidas de segurança e o fim da flexibilização das regras nas prisões. Somente assim será possível restabelecer a ordem e o controle do sistema prisional, garantindo a proteção da população e a dignidade dos presos.


A coragem e determinação de Vilma Batista servem de inspiração para todos os que buscam um Rio Grande do Norte mais seguro e justo. Sua luta representa a voz de todos os profissionais que arriscam suas vidas diariamente em defesa da sociedade.



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